Uma das cidades mais visitadas no mundo – junto a New York e Londres – a capital francesa, que mais parece um museu a céu aberto, oferece milhares de opções de visita. Morei quatro meses em Paris, e confesso que não conheci um terço das atrações da cidade. Cafés, ruelas, construções, teatros, museus, galerias, livrarias, restaurantes, cultura, modernismo e tradicionalismo. Uma cidade completa.
Inicio pelo menos óbvio, já que não sou uma viajante adoradora dos mais conhecidos. Tenho interesse pelas culturas, modos de vida e pelo “savoir vivre” de cada povo. Os franceses são muito corretos, incapazes de “dar um jeito”. Tudo é muito bem planejado e claro, sair de casa sem dar uma olhada na previsão do tempo? Jamais!
O que me intriga nos franceses é a forma com que conseguem ser um dos povos mais modernos e liberais da atualidade, mas ao mesmo tempo manterem o tradicionalismo familiar e social dos bons costumes e “finesse” local. Paris respira essa dicotomia e mantém a elegância dos tempos de reinado.
Vamos à parte prática: o metro em Paris é facílimo de usar. Ele é bem distribuído e é possível cruzar a cidade em poucos minutos. Ela é dividida em arrondissements, que são como bairros. Eles são numerados (1º, 2º, etc.) e iniciam no coração da cidade (região da Île de la Cité) e seguem num sentido horário e para fora.
Cito alguns dos meus locais preferidos: Le Marais, bairro boêmio e cultural, onde encontramos antiquários interessantíssimos (na Rua Saint-Paul, acredito que o nome ainda seja o mesmo, há o antiquário Au Bon Usage, de um brasileiro que vive há mais de 15 anos na França), galerias de arte e luthiers dedicados. É o bairro escolhido por inúmeros artistas (locais e internacionais, como Chico Buarque). Nele, encontramos a Place de Vosges, onde fica a casa que foi de Victor Hugo e a charmosa Place Sainte-Catherine.
A mesma Rue Saint-Paul nos leva às margens do Sena, onde é possível chegar à Île de la Cité (duas pequenas ilhas no centro do rio), onde encontramos a famosa Notre Dâme, com sua arquitetura gótica, as ruas cheias de artigos turísticos à venda, e o delicioso sorvete Berthillon, eleito muitas vezes o melhor da França.
De Île de la Cité, pode-se chegar ao “bairro latino” (Quartier Latin), cortado pelo Boulevard Saint-Germain, onde encontramos diversos restaurantes, bares noturnos, lojas de discos com vinis difíceis de encontrar. Nessa avenida se encontra o famoso Café de Flore – aberto em 1883 – local onde intelectuais se encontravam para discutir suas ideias. Não se pode fotografar no interior dele, os preços não são atraentes, mas vale à pena sentir a “atmosfera filosófica” do local.
Continuando por esta avenida até à Rue de Tournon, chegamos ao Jardim de Luxemburgo, lugar muito agradável para almoçar ao ar livre. Próximo dele encontramos a escola de Medicina, rodeada de livrarias e restaurantes (gregos e tailandeses na sua maioria) a bom preço (menu completo em torno de 15 euros).
Logo encontramos o museu d’Orsay (pronuncia “dorsé”), não muito grande em dimensões, mas que abriga um acervo riquíssimo como obras de Monet, Van Gogh, Delacroix, Manet, Degas, Renoir e Cézanne. Seguindo em sentido horário, chegamos enfim à Torre Eiffel (pronuncia eifél). Particularmente, não me fascina muito subir em torres, mas conheço algumas pessoas que gostaram muito. Para isso, espere um dia de céu aberto e se prepare para uma fila de no mínimo 30 minutos.
Um lugar onde eu gostava muito de ir era o Trocadero. Local com uma visão linda do Champs de Mars e da Torre ao fundo. Do Trocadero, é possível chegar ao Arco do Triunfo e à Champs-Elysées pela Avenida Kleber.
A Champs-Elysées é uma rua repleta de lojas (Louis Vitton e Spehora, por exemplo), cinemas e também a Lido (casa de shows de música típica francesa – can-can), menos tradicional que o Moulin Rouge, mas também mais barata.
Andando por esta rua desde o Arco, passando pelo Jardim de Tuilleries, chega-se ao Louvre. O museu mais famoso do mundo dispensa maiores comentários, mas é importante frisar que para vê-lo completamente são necessários em média três dias. Por isso, não perca muito tempo em cada sessão.
Atrás do Louvre, na rua de Rivoli, encontra-se a loja de perfumes Benlux. Lá encontramos o melhor preço de Paris, pois eles já descontam as taxas de turismo na fonte e tem atendentes brasileiros, facilitando a comunicação.
Logo na segunda esquina há o Antiquário do Louvre, com relíquias maravilhosas à venda. Mas também caríssimas...
Falemos agora do bairro de Montmartre. Região onde encontramos a Sacre-Coeur, de onde a vista da cidade é lindíssima. Suba pelo “funiculaire” que fica à esquerda das escadarias (além de menos cansativo, é também mais seguro, visto que há sempre algumas pessoas “mal encaradas” nas escadas). Nelas, vimos os famosos carrosséis parisienses, onde foi o palco de uma cena do filme “Lê Fabuleux destin d´Amelie Poulain”.
Ao descer da igreja, encontramos lojas de tecidos dos iranianos que moram por ali. Do metrô Pigalle é possível começar um tour por este bairro, passando pelos lugares frequentados por diversos pintores, como Van Gogh, Picasso, Renoir entre outros.
Paris é única com a sua atmosfera cultural, boêmia, amorosa e perfumada. Muitas são as possibilidades entre as luzes da cidade, que conseguem iluminar surpresas a cada dia.
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