terça-feira, 19 de abril de 2011

Dublin

Novo post escrito por Gabriela Ribas Amadori, minha irmã que mora há 1 ano e meio na Irlanda...


Dublin é a capital mística e aconchegante da Europa. Logo na chegada você já encontra bons e velhos irlandeses que possam lhe direcionar para o hotel (ou hostel), indicar que ônibus pegar, e dependendo da liberdade (e do seu inglês) falar sobre os gigantes e Leprechauns da Irlanda.



Por terem tido o gaélico como idioma oficial, o inglês dos irlandeses pode ser considerado de mais difícil compreensão. Mas, com a boa vontade (e a enorme quantidade de imigrantes), a comunicação é algo que se torna fácil por aqui. 




 
Dublin é conhecida mundialmente pelos Pubs e cervejas. É quase contra a lei chegar na cidade sem dar uma passada pelo Temple Bar (bairro) e parar em algum dos pubs mais tradicionais (Temple bar, Oliver Gogarty, Quays) para tomar uma Guinness. Não importa se são 10 horas da manhã ou 2 horas da madrugada (horário que os Pubs geralmente fecham). A primeira parada para uma Guinness é obrigatória.



Durante o dia, as atrações mais recomendáveis são: Kilmainham Goal Jail (cadeia abandonada), Leprechaun Museum (museu), Trinity College (universidade a qual vale a pena conferir a biblioteca... Pra quem é fã de cinema: foi a biblioteca usada no filme Harry Potter), Dublin Castle (castelo), Guinness Factory (fábrica de cerveja), Christchurch (igreja), Saint Patricks Cathedral (igreja), Stephens Green Park (parque) e Phoenix Park (parque).




            As atrações noturnas pra quem gosta de rock são: The Globe, The Mezz e The Village. Para o público pop, existem alguns grandes clubs como Howl at the Moon, Fitzsimmons ou Cafe en Saine. Pra quem gosta de beber gastando pouco, a dica é a Dicey's. E quem está para a paquera, o ideal é o Copper Face Jacks. Para o público gay, os maiores clubs são The George, The Dragon e Paint Bar. E para quem está longe de casa, mas quer encontrar brasileiros, existem festas semanais no Australiano e no South William.






Além dos Pubs e das magias, não só na capital, como boa parte do interior, é possível encontrar muita história e cultura. O país é recheado de museus e castelos. Vale muito à pena gastar alguns dias em cidades como Galway, Cork, Kilkenny, Cashel, Wicklow e Limerick. 



O custo do país pode ser considerado razoavelmente alto. Uma pint (500 ml) de cerveja custa em média 5 euros. E uma refeição não sai por menos de 15 euros. Dublin, por ser uma capital cosmopolita, não deixa a desejar em opções. Aqui você encontra ótimos restaurantes italianos, indianos, mexicanos, hamburguerias e cafés, além é claro, dos tradicionais irlandeses. 





Além dos Pubs e das magias, não só na capital, como boa parte do interior, é possível encontrar muita história e cultura. O país é recheado de museus e castelos. Vale muito à pena gastar alguns dias em cidades como Galway, Cork, Kilkenny, Cashel, Wicklow e Limerick. 



O único aeroporto é próximo à cidade. Você pode pegar um ônibus de linha (no preço de 2,20 euros) até o centro, ou os ônibus especiais como o Aircoach (no preço de 7,00 euros). Quanto ao clima, por mais que você venha no verão, sempre é útil carregar um casaco e um guarda-chuva na bolsa. A chuva por aqui acontece quase diariamente, mas nunca é muito intensa nem se estende por horas. 

sábado, 26 de março de 2011

New York

New York, New York! Eis o sonho de consumo de muitos brasileiros.. Esta cidade não segue à risca “você ama ou odeia”, dificilmente alguém escolhe a segunda opção. Além do centro, famoso pela Time Square que se une à Broadway, há muito o que ver, fazer e sentir..

Cada estação tem um toque especial: inverno com neve e decoração de Natal, porém o vento é fortíssimo, o que torna a maratona diária mais demorada e curta; no verão os parques ficam cheios de pessoas sorridentes e comunicativas; na primavera o colorido das flores é lindíssimo; e no outono, o clima bucólico das árvores amareladas é deslumbrante!

A primeira dica é: não deixe de assistir a um musical de forma alguma. Tudo bem que os preços não são muito atraentes (entre USD 80 – 150), mas perder uma atração destas em NYC é como ir à Paris e não dar uma passadinha (mesmo que rápida) pela Torre Eiffel. Hoje o mais tradicional espetáculo é Phanton of Opera (Fantasma da Ópera), ao qual eu fui sem grandes expectativas, e me impressionei pela qualidade artística, visual e musical, claro!

Como a Broadway Avenue corta toda Manhattan, algumas pessoas não sabem que o grande centro comercial da cidade fica entre as Avenidas 3ª e 9ª, e entre as Ruas 29 a 49. Encontrar um hotel “bom e barato” nesta região é uma tentativa praticamente nula.

O metro de NYC também é bem distribuído, é possível ficar em um bairro próximo ao centro com melhores preços. Procure não ir longe de Manhattan. A parte superior do Central Park é mais residencial, e também um pouco escura durante a noite. Não aconselharia, tampouco, ficar nos lados leste e oeste do parque. Os bairros do sul são mais atraentes, e a vida noturna é mais agitada por lá.

Uma caminhada no sul do Central Park é indispensável. Pontes ao redor das lagoas e bancos de praça prometem paisagens lindas. Nesta região você encontra os inúmeros guias de charretes para fazer passeios. O passeio é agradável, charmoso, mas confesso que esperava mais. Na 5ª Avenida com a Rua 59, encontra-se o The Plaza Hotel, considerado o mais glamuroso da cidade. Vale à pena uma passadinha para relembrar o famoso “Esqueceram de mim”. Também na 5ª, mas entre a Rua 58 e 59 há a megastore da Apple. Imperdível!



 
Ainda no “miolo” da cidade, é recomendável visitar: o MoMa (Museu de Arte Moderna), Saint Patricks Cathedral (catedral de arquitetura imponente), Rockfeller Center (decoração de Natal com patinação no gelo lindíssima); a famosa Empire State Building com a vista privilegiada de NYC (é necessário chegar bem cedo na fila para pegar a senha – limite de entradas diárias – e também cuide para ser um dia com céu limpo), Metro Grand Central (decoração clássica do metro central), a loja da Victoria Secret (na 7ª Avenida com a Rua 34), e para quem gosta de jazz, o Birdland Jazz Club (na Rua 44 entre as Avenidas 8ª e 9ª – é possível comprar ingressos no site do local).




No lado Oeste e Sudoeste do parque encontramos o Museu de História Natural, o Columbus Circle, o Museu de Artes e Design e para os fãs de Beatles, na Rua 72 com Central Park West é onde fica a linha de Metro Strawberry, bem à frente do Residencial Dakota, onde John Lennon morava e foi assassinado.

Para visitar a Estátua da Liberdade, reserve uma manhã para fazer a travessia (1h estátua é o suficiente). Para pegar o ferryboat, vá até o sul da Ilha, na Ferry Terminal.

Os bairros do Sul de NYC:

            Soho é o famoso bairro do reduto gay nova-iorquino. Cheio de boas lojas e galerias de arte, também é marcado pela arquitetura diferenciada dos modernos lofts. O bairro é pequeno, indico muita caminhada nos bairros que descrevo a seguir. O metro principal é o Spring St-Lexington.

            Chinatown: toda metrópole que se preze tem uma. E não é diferente com NYC. Aliás, é o maior bairro chinês do mundo ocidental. Colorido e cheio de placas escritas em chinês nas inúmeras padarias e quitandas espalhadas pelas calçadas. Um bom restaurante é o Chiu Chow (88, Mott Street).

            West e East Village são os bairros boêmios e alternativos da cidade, onde nasceram movimentos como, por exemplo, o expressionismo abstrato, a liberdade sexual e feminina e a música folk onde Bob Dylan expandiu sua carreira musical – dicas: documentário de Martin Scorcese “No Direction Home”; livro Jaques Kerouak “On the Road”; o “Village Vanguard” jazz club (178, 7ª Avenida); diversos restaurantes, pubs e cafés. Foi onde me hospedei quando estive em NYC. Sem arrependimentos.

 

            Chelsea é também um bairro boêmio, mas mais requintado, e conhecido como bairro da moda. Lá encontramos bons restaurantes, antiquários e galerias de arte por todos os lados. É o local onde vivem artistas e jovens executivos. Dica: o estrambólico Chelsea Market (75, 9ª Avenida).

            O Brooklin não fica na ilha, mas é tão interessante quanto o centro de NYC. Conhecido como “bairro negro” nova-iorquino, é de onde a vista de Manhattan fica linda no pôr do sol (Dumbo), e também onde encontramos diversas opções de galerias, teatros, museus (Museu do Brooklyn), lojas (com melhores preços), bares e restaurantes (Grimaldi´s Pizzeria, realmente a “melhor pizzaria de NYC” – 19, Old Fulton Street – era freqüentada por celebridades como Frank Sinatra). Dica: Montague Street.




              NYC é uma cidade a ser visitada diversas vezes, e por longos períodos. Resta ao turista se programar e desfrutar.


segunda-feira, 14 de março de 2011

Israel

Tenho também pedido a amigos para escreverem sobre algumas cidades que conheçam. Hoje o texto é de Gabriela Trindade, nos conhecemos na faculdade em Curitiba. Além de já ter visitado uma boa parte deste mundo, ela também foi minha companheira de viagem em Berlim.


Quando contei a meus amigos que o meu próximo destino de viagem seria Israel, não senti nenhuma empolgação por parte deles. Perguntavam-me: - o que você vai fazer lá? ou por que você não vai à Austrália com fulano? Confesso que eu fiquei receosa. Não por se tratar de um país em pé de guerra, mas sim pelo perfil de viajante que eu temia encontrar: grupos de pessoas religiosas seguindo os caminhos santos. Cheguei até a reduzir o tempo que ficaria lá. Arrependi-me. Sim, os grupos religiosos estão por todos os lados e não faltam temas para abordarem. Se você tem esse interesse, vai aproveitar muito bem a sua estada, porém, Israel é muito mais do que isso.

Minha jornada começou em Jerusalém. Para quem não sabe, ela é dividida entre a cidade nova e cidade antiga. É essa pequena porção da cidade, compartilhada por quatro religiões que é a maior razão da disputa territorial entre judeus e muçulmanos. Foi lá onde me hospedei, pois é lá onde ficam as grandes atrações como o Muro das Lamentações, o Santo Sepulcro, o Domo da Rocha e tantos outros locais históricos. Temia passar o dia bocejando entre monumentos religiosos, mas me surpreendi com cada lugar pitoresco pelo qual passava e com os sentimentos que despertavam em mim. Poderia passar dias apenas perambulando pelas ruelas e os bairros divididos por religião: o muçulmano, o judeu, o cristão e o armênio. Apesar de ter iniciado a minha visita pela cidade antiga, depois da experiência, recomendaria iniciá-la a partir do Monte das Oliveiras, onde é possível contemplar a cidade inteira e decidir aonde ir.  No total, recomendaria quatro dias na cidade.



A partir de Jerusalém é possível comprar passeios para todo o país, incluindo regiões muçulmanas como Belém e Jericó. Eu escolhi a mais popular: as ruínas da fortaleza Massada e o Mar Morto passando por Jericó. É possível chegar a Massada, que fica no topo de um monte no deserto, a pé sob o sol escaldante ou de bondinho. É claro que eu escolhi o bondinho, mesmo assim, quase morri de calor. Só o Mar Morto para me refrescar. Sempre quis boiar em suas águas, mas me decepcionei um pouco porque a região onde se pode nadar é bem rasa e o sal pode ser um instrumento de tortura quando se tem um machucado. Mas mesmo assim valeu a pena, realizei esse desejo de criança. A passagem por Jericó é breve, mas memorável, pois se vê que as regiões muçulmanas foram muito maltratadas pelas guerras e nunca se recuperaram.

Até aí já vale a viagem. O bônus foi a minha ida a Petra na Jordânia, que vale a pena quando já se está tão perto. Comprei o passeio em Eilat onde pipocam agências especializadas em cruzar fronteiras, mas cruzar sozinho é bem tranquilo também. De volta a Eilat, quando eu achava que era a cidade mais entediante do país, resolvi ir nadar com os golfinhos e valeu cada centavo. Foi meu primeiro mergulho e foi bem tranquilo numa região pequena. Dizem que a grande atração lá é o aquário, mas eu não fiquei para conferir. 

Dos outros lugares onde eu fui, valeram a viagem: Haifa, no norte, que além de muito charmosa é onde ficam os jardins sagrados da religião Bahai que basicamente incorpora o melhor de cada crença; Cesaréia, um parque arqueológico de ruínas romanas à beira do oceano, incluindo um pequeno Coliseu, lindíssima paisagem; e finalmente, Tel Aviv. Não me encantei de cara com Tel Aviv. Foi depois de um passeio de bicicleta ao pôr-do-sol que comecei a entendê-la. É uma pequena cidade grande, com muita vida noturna e cultural. Um lugar bom para conhecer pessoas, ir ao museu ou apenas caminhar pela areia da praia.

Foi nesse clima que terminei a minha viagem. Entre uma cidade e outra, fiquei em Kibbutzim, celebrei o Shabbat, encontrei personalidades israelenses, conheci do judeu mais ortodoxo ao mais liberal, do palestino cristão ao muçulmano e inúmeros viajantes solitários como eu. Em Israel nunca se está realmente sozinho, sempre existe alguém querendo conversar e contar histórias singulares. Quem diria que um país que pode ser percorrido de ponta a ponta em nove horas guarda tantas surpresas? 


Seguem algumas dicas que eu gostaria de ler na internet:


Entrada e saída do país:

- Não é necessário visto de turismo para ficar até três meses.

- Se pretende viajar a um país muçulmano que não seja a Jordânia ou o Egito depois dessa viagem, vai ter que trocar de passaporte ou pedir para não o carimbarem, o que dizem que nem sempre acontece.

- Entrar no país é tranquilo, já sair é um pesadelo, especialmente quando se viaja sozinho. Eles abrem tudo, perguntam o que você fez, o que vai fazer, por que comprou isso ou aquilo, fazem raio X... Se não estiver com um grupo, chegue três horas antes do voo e tente não deixar essa última impressão estragar a sua viagem. Eles são chatos, mas depois ficam pedindo desculpas se você conseguir manter a paciência.


Segurança:

- Não é um país perigoso com exceção de algumas regiões em Jerusalém onde há trombadinhas. É possível andar a noite sem medo.

- Em qualquer lugar que você for entrar, terá de abrir a bolsa para ser revistado, então ande com pouca coisa.

- Não se assuste com os diversos soldados andando armados, às vezes até bebendo no bar. Eles normalmente carregam a arma até no tempo-livre temendo perdê-la e irem para a prisão.


Comunicação:

- Todas as pessoas mais jovens ou falam fluentemente ou arranham no inglês e gostam de usá-lo.


Preços:

- Israel é um país caro, não tanto quanto Paris, mas assusta um pouco.


Transporte:

- É única coisa realmente barata lá e é feito quase todo por ônibus e alguns trens. O melhor meio de transporte saindo do aeroporto internacional Ben Gurion até Tel Aviv ou Jerusalém é o trem.

- Em Jerusalém não há ônibus durante o Shabbat (do pôr-do-sol de sexta-feira até o pôr-do-sol de sábado) e essa regra vale parcialmente para as outras cidades. O melhor lugar para se passar o Shabbat, se quiser viajar, é Tel Aviv. Uma opção para ir a alguns locais são as sherot ou vans coletivas.

- Se quiser levar malas grandes não é uma boa ideia ficar na cidade antiga de Jerusalém, já que as passagens são muito estreitas e há muita subida.


Atrações Turísticas:

- Quem vai a Jerusalém e não vai ao Domo da Rocha não esteve lá. O acesso a não muçulmanos só é permitido por uma rampa saindo do Muro das Lamentações que só é aberta duas vezes ao dia de segunda a quinta-feira, quando não é feriado para nenhum dos lados e a visita é feita somente pelo lado de fora. Os horários são muito restritos e podem variar um pouco, normalmente bem cedo e em torno do meio dia por uma hora cada vez.

- A visita ao andar mais famoso dos jardins Bahai é obrigatoriamente guiada e só é feita de hora em hora até o começo da tarde. A visita ao templo só é feita pela manhã.

- Se você ligar para o Consulado da Jordânia perguntando se é necessário visto para ir a Petra e voltar a Israel, eles te dirão que sim, o que é uma meia verdade. Através de Eilat, ele não é necessário e por outras fronteiras, ele deverá ser obtido lá. O visto obtido aqui só será necessário se você pretende passar mais do que um dia na Jordânia.

Compras:

- Quando barganhar no mercado árabe comece com 30% do preço que o vendedor pedir e evite moedas fortes como o euro ou algo que custa R$ 50,00 vai sair 50 euros. Aliás, em alguns lugares eles até aceitam real. O ideal é pesquisar e depois voltar ao mercado com o dinheiro contado.


Comida:

- Se você não vive sem a combinação carne e queijo, como eu, a comida é um pouco difícil de engolir. É basicamente tudo o que se encontra num restaurante árabe. O substituto do queijo é a famosa pasta de grão de bico, o humus.


Tempo:

- Eu não passei frio em nenhum momento e aparentemente o máximo que se necessita lá é um moletom. Chuva, só rezando...



quinta-feira, 10 de março de 2011

Buenos Aires

A capital portenha é também chamada de Europa Sulamericana. Acredito que pelas avenidas largas, arquitetura de estilo clássico e clima de frio intenso no inverno.

A cidade pode ser visitada quando o clima é de romance, familiar, ou festivo. As opções são grandes para cada uma das hipóteses. Para conhecer os principais pontos turísticos da cidade, são aconselhados três dias. Mas ela tem muito mais a oferecer e passar sete ou 10 dias nela pode ser pouco.

No verão, o calor é grande, no inverno faz muito frio. Então as melhores épocas para visitar a cidade são entre março e junho e de setembro ao início de novembro.

Fui uma vez de carro com a minha família até a capital, o que não indico, pois os policiais implicam com facilidade com carros de placa brasileira, além de ter tido o carro guinchado na frente do Teatro Colón, mesmo tendo perguntado com antecedência para um guarda local se poderia deixá-lo ali.

Os melhores bairros para se hospedar são o Centro, a Recoleta, Puerto Madero e San Telmo. Os hotéis centrais não são caros, e tem um padrão melhor que os hotéis brasileiros.

As comidas típicas do país são o chorizo e os alfajores. Em Buenos Aires é possível comer um bom chorizo com facilidade. Os melhores alfajores são da marca Havana e encontramos muitas lojas e cafés desta marca espalhadas pela cidade.

Cada bairro de BA tem um estilo particular. Farei um panorama geral deles:

- San Telmo é o bairro da antiga Buenos Aires, com casas da época colonial e ruas de pedras. Aos domingos, acontece na Praça Dorrego, a conhecida feira de antiguidades. É onde se encontra o Café Bar Dorrego, aconchegante e com um cardápio delicioso. Naquela praça também é possível jantar ao som de boleros e tangos apresentados ao ar livre. É também o bairro onde se encontram algumas casas de tango, com shows e jantares, como El Viejo Almacén, Bar Sur, La Cumparsita, Taconeando, Gala Tango. As milongas (locais onde se dançam tango, qualquer pessoa pode se aventurar e trocar uns passos) estão presentes nesse bairro. A localidade ainda conta com muitos museus, como o Museu Histórico Nacional, o Museu Penitenciário Argentino e igrejas de diferentes estilos (Dinamarquesa, Presbiteriana e Ortodoxa Russa).

- Recoleta é um bairro residencial considerado o mais caro de Buenos Aires. Nele, há muitas construções em estilo francês, muitas áreas verdes, restaurantes de primeira classe, pubs e discotecas. Os principais pontos turísticos são: Galeria Alvear, Shopping Pátio Bullrich, Cemitério da Recoleta (onde foram enterrados Evita Perón e Carlos Gardel), Centro Cultural Buenos Aires, BA Design Shopping, Museu Nacional de Belas Artes, Centro Municipal de Exposições, Museu Nacional de Arte Decorativa. É possível também conhecer algumas sedes de Embaixadas nesse bairro. A brasileira, por exemplo, tem uma das mais belas construções (também estilo francês).


- La Boca é o bairro italiano de Buenos Aires, comparado à cidade de Gênova. Nele encontramos El Caminito (rua para pedestres com casas coloridas onde artistas dançam tango e apresentam diferentes números, envoltos por muitas lojas de souvenirs e cantinas italianas). Naquele local também está o Museu Histórico de Cera, o Museu de Belas Artes e o famoso Estádio La Bombonera. A mais tradicional casa de tango portenha “Señor Tango” encontra-se nesse bairro. O show performático é muito interessante, a decoração da casa é clássica e o animador Fernando Soler é uma atração à parte. Há opção de assistir ao show com jantar (aproximadamente R$ 200,00) ou sem jantar incluído (R$ 80,00). 


- Puerto Madero é o bairro que abriga o Porto de Buenos Aires. Nele encontramos residências e escritórios elegantes, hotéis e restaurantes luxuosos, cinemas e centros culturais. As ruas do bairro têm nomes de mulheres de importância regional e internacional. A Ponte da Mulher (arquitetura do espanhol Santiago Calatrava) é a ligação entre os docks leste e oeste. Indico um passeio a pé pelo bairro, de preferência no final da tarde, quando é possível contemplar o pôr-do-sol, seguido de um belo jantar. Para o fim da noite, há a opção de visita ao Cassino Flutuante.

- Palermo é outro bairro elegante da cidade. Ele é dividido em Palermo Chico, onde encontramos lindíssimas mansões, e Palermo Viejo ou Hollywood, local que abriga diversos bares, casas de jazz e blues, danceterias, frequentado principalmente por jovens e intelectuais. Nessa região, encontramos o Zoológico, o Jardim Botânico, e o Jardim Japonês (o mais bonito que já visitei).  

 
Falemos agora da região central da capital argentina.

- O Centro é a sede administrativa da cidade. A Praça de Mayo é o coração da cidade, onde podemos visitar a Casa Rosada, o Cabildo de Buenos Aires, o Banco de la Nación, a Catedral Metropolitana e o Palácio Municipal.

Ao redor desse centro há as seguintes regiões:

- Em Monserrat as principais atrações são: a Farmácia de la Estrella (primeira farmácia argentina, construída num casarão do século 19), o Museu Etnográfico e o Café Tortoni (construído em 1858, continua sendo ponto de encontro de pessoas importantes para a cultura e política local) com deliciosos alfajores.

- No Bairro de Congresso encontra-se o Palácio do Congresso Nacional. A Avenida 9 de Julho abriga o Teatro Colón (lindíssimo) e o Obelisco. Em Retiro há a famosa Calle Florida (rua de pedestres com diversas lojas e também a Galeria Pacífico), o Palácio San Martin e a Embaixada da França (que ganha linda iluminação à noite).

Para finalizar, apresento aqui os 10 Programas Imperdíveis em Buenos Aires indicados pela Viagem e Turismo:

- Café Tortoni
- Chorizo (carne típica)
- Hotel Alvear (chá da tarde)
- Visitar ou assistir a uma ópera no Teatro Colón
- Pontos obrigatórios: Plaza de Mayo, Casa Rosada, Catedral Metropolitana, El Caminito, Feira de San Telmo, Cemitério Recoleta, Jardim Botânico
- Puerto Madero
- Cassino
- Show de tango: melhores casas Señor Tango, Carlos Gardel, La Cumparsita (são tangos-shows mesmo, caso prefiram casas de tango onde os moradores saem para dançar e não apenas assistir, existem em maior quantidade na Recoleta)
- Calle Florida
- Bares e boliches (danceterias) de Palermo Viejo, dançar no Buenos Aires News
 

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Paris

  
Uma das cidades mais visitadas no mundo – junto a New York e Londres – a capital francesa, que mais parece um museu a céu aberto, oferece milhares de opções de visita. Morei quatro meses em Paris, e confesso que não conheci um terço das atrações da cidade. Cafés, ruelas, construções, teatros, museus, galerias, livrarias, restaurantes, cultura, modernismo e tradicionalismo. Uma cidade completa.

Inicio pelo menos óbvio, já que não sou uma viajante adoradora dos mais conhecidos. Tenho interesse pelas culturas, modos de vida e pelo “savoir vivre” de cada povo. Os franceses são muito corretos, incapazes de “dar um jeito”. Tudo é muito bem planejado e claro, sair de casa sem dar uma olhada na previsão do tempo? Jamais!

O que me intriga nos franceses é a forma com que conseguem ser um dos povos mais modernos e liberais da atualidade, mas ao mesmo tempo manterem o tradicionalismo familiar e social dos bons costumes e “finesse” local. Paris respira essa dicotomia e mantém a elegância dos tempos de reinado.

Vamos à parte prática: o metro em Paris é facílimo de usar. Ele é bem distribuído e é possível cruzar a cidade em poucos minutos. Ela é dividida em arrondissements, que são como bairros. Eles são numerados (1º, 2º, etc.) e iniciam no coração da cidade (região da Île de la Cité) e seguem num sentido horário e para fora.

Cito alguns dos meus locais preferidos: Le Marais, bairro boêmio e cultural, onde encontramos antiquários interessantíssimos (na Rua Saint-Paul, acredito que o nome ainda seja o mesmo, há o antiquário Au Bon Usage, de um brasileiro que vive há mais de 15 anos na França), galerias de arte e luthiers dedicados. É o bairro escolhido por inúmeros artistas (locais e internacionais, como Chico Buarque). Nele, encontramos a Place de Vosges, onde fica a casa que foi de Victor Hugo e a charmosa Place Sainte-Catherine.


        
A mesma Rue Saint-Paul nos leva às margens do Sena, onde é possível chegar à Île de la Cité (duas pequenas ilhas no centro do rio), onde encontramos a famosa Notre Dâme, com sua arquitetura gótica, as ruas cheias de artigos turísticos à venda, e o delicioso sorvete Berthillon, eleito muitas vezes o melhor da França.

De Île de la Cité, pode-se chegar ao “bairro latino” (Quartier Latin), cortado pelo Boulevard Saint-Germain, onde encontramos diversos restaurantes, bares noturnos, lojas de discos com vinis difíceis de encontrar. Nessa avenida se encontra o famoso Café de Flore – aberto em 1883 – local onde intelectuais se encontravam para discutir suas ideias. Não se pode fotografar no interior dele, os preços não são atraentes, mas vale à pena sentir a “atmosfera filosófica” do local.


             
Continuando por esta avenida até à Rue de Tournon, chegamos ao Jardim de Luxemburgo, lugar muito agradável para almoçar ao ar livre. Próximo dele encontramos a escola de Medicina, rodeada de livrarias e restaurantes (gregos e tailandeses na sua maioria) a bom preço (menu completo em torno de 15 euros).

Logo encontramos o museu d’Orsay (pronuncia “dorsé”), não muito grande em dimensões, mas que abriga um acervo riquíssimo como obras de Monet, Van Gogh,  Delacroix, Manet, Degas, Renoir e Cézanne. Seguindo em sentido horário, chegamos enfim à Torre Eiffel (pronuncia eifél). Particularmente, não me fascina muito subir em torres, mas conheço algumas pessoas que gostaram muito. Para isso, espere um dia de céu aberto e se prepare para uma fila de no mínimo 30 minutos.

Um lugar onde eu gostava muito de ir era o Trocadero. Local com uma visão linda do Champs de Mars e da Torre ao fundo. Do Trocadero, é possível chegar ao Arco do Triunfo e à Champs-Elysées pela Avenida Kleber.

A Champs-Elysées é uma rua repleta de lojas (Louis Vitton e Spehora, por exemplo), cinemas e também a Lido (casa de shows de música típica francesa – can-can), menos tradicional que o Moulin Rouge, mas também mais barata.

Andando por esta rua desde o Arco, passando pelo Jardim de Tuilleries, chega-se ao Louvre. O museu mais famoso do mundo dispensa maiores comentários, mas é importante frisar que para vê-lo completamente são necessários em média três dias. Por isso, não perca muito tempo em cada sessão.

Atrás do Louvre, na rua de Rivoli, encontra-se a loja de perfumes Benlux. Lá encontramos o melhor preço de Paris, pois eles já descontam as taxas de turismo na fonte e tem atendentes brasileiros, facilitando a comunicação.

Logo na segunda esquina há o Antiquário do Louvre, com relíquias maravilhosas à venda. Mas também caríssimas...



Falemos agora do bairro de Montmartre. Região onde encontramos a Sacre-Coeur, de onde a vista da cidade é lindíssima. Suba pelo “funiculaire” que fica à esquerda das escadarias (além de menos cansativo, é também mais seguro, visto que há sempre algumas pessoas “mal encaradas” nas escadas). Nelas, vimos os famosos carrosséis parisienses, onde foi o palco de uma cena do filme “Lê Fabuleux destin d´Amelie Poulain”.



Ao descer da igreja, encontramos lojas de tecidos dos iranianos que moram por ali. Do metrô Pigalle é possível começar um tour por este bairro, passando pelos lugares frequentados por diversos pintores, como Van Gogh, Picasso, Renoir entre outros.

Paris é única com a sua atmosfera cultural, boêmia, amorosa e perfumada. Muitas são as possibilidades entre as luzes da cidade, que conseguem iluminar surpresas a cada dia.  

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cruzeiros


Sempre me perguntei “por que os cruzeiros atraem tanto os brasileiros?”. A princípio, esse tipo de viagem sempre me pareceu “plástica”, sem interesses culturais ou históricos; ou seja, vazia. Então decidi fazer uma viagem dessas para entender os motivos.

Os destinos escolhidos foram Santos, Búzios, Rio de Janeiro, Angra dos Reis e durou sete noites. Estava sozinha, pois foi um convite de uma operadora, e não conhecia nem a minha companheira de cabine.

Assim que cheguei pensei: “isso vai ser um martírio!”. Pessoas por todos os lados, tentando se encontrar no novo espaço, cabine razoavelmente pequena (já que estava numa interna) e fila para o almoço (o que ocorreu apenas no primeiro dia).



Primeira dica: caso você vá sozinho a uma viagem dessas, se prepare para ser simpático e conhecer muitas pessoas, pois passar o tempo só pode ser realmente cansativo.

Segunda dica: como primeiro cruzeiro (a não ser que esteja com uma turma animada), não viaje durante sete noites. Acredito que quatro ou cinco são o ideal.

Voltamos ao relato. Logo no primeiro almoço, conversei com duas mulheres paulistas que no decorrer do passeio se mostraram muito companheiras e divertidas. Passamos a fazer as atividades juntas.

Nossos dias eram basicamente acordar, tomar um bom café da manhã, curtir a piscina nos dias de navegação, ou sair visitar as cidades por onde o navio atracou. Almoçávamos em torno das 15h. O navio oferecia diferentes atividades como brincadeiras e aula de dança na piscina, bares internos com músicas ao vivo e, para os jogadores, o cassino. Por volta das 20h30 jantávamos, servidas por um garçom guatemalteco muito animado. Toda noite havia shows com diferentes temas. Para terminar a noite, íamos à discoteca, de onde saiamos direto para o buffet de pizzas.

Os dias são bem aproveitados entre uma programação e outra.

Conversamos com alguns tripulantes. A grande maioria gosta muito do trabalho, outros nem tanto. Esses aceitam o trabalho para ter um salário razoável (em torno de USD 1200 – 2000 dólares/ mês), sem gastos de moradia e alimentação.

A costa brasileira serve como um teste para que sejam selecionados os tripulantes que irão à temporada europeia. Dentre as nacionalidades mais presentes, (exceto brasileira) encontramos argentinos, romenos, filipinos e guatemaltecos. Os atendentes são muito gentis e é possível ter longas conversas sobre “tudo o que acontece nos cruzeiros”.


Existem diferentes estilos de cruzeiros. Cada companhia apresenta destinos, serviços e preços variados. Cada navio tem um perfil, desde os mais glamourosos aos menos glamourosos - já que desconheço a existência de um navio simples. A definição do perfil do cliente para cada tipo de navio é muito importante, pois pode se tornar frustrante para os passageiros viajarem num navio cujos serviços não são o que eles estavam procurando.

Algumas companhias oferecem refeições e bebidas incluídas no pacote. Nesses casos, eu indicaria àquelas pessoas que não se preocupam ou querem exatamente isso: bagunça, boas doses de álcool e muitos pratos. Há também os cruzeiros temáticos, com shows de cantores de renome nacional, de artes, de música, de beleza, de saúde... As opções são inúmeras, basta escolher.

Em relação às compras, mesmo nos navios que fazem a costa brasileira, a moeda aceita dentro do navio é o dólar. Para quem tem cartão de crédito, ele precisa ser internacional. Referente aos preços, eles são razoavelmente parecidos com preços de free shop. Para quem tem facilidade de compras (perfumes, bebidas, eletrônicos) no Paraguai – como o nosso caso aqui no Oeste da região Sul – ou também nos Estados Unidos – os preços dos artigos dentro do cruzeiro não são muito interessantes.



Para concluir, acredito que a experiência tenha sido muito bem aproveitada. Conheci pessoas com as quais manterei contato por muito tempo, assisti a muitos shows interessantes, conheci uma culinária diversificada (o chef era canadense), visitei cidades deliciosas (principalmente o Rio e Búzios), perdi poucos dólares no cassino, descansei e me diverti muito!

Como no início, repito que essa não é uma viagem para quem tem ideal de conhecer profundamente uma cidade, sua história e cultura, mas para pessoas que pretendem descansar e se divertir.